Maçãs

Tem hora que eu acho que a vida é feito aqueles jogos de cassinos, que a máquina tem que parar com os três símbolos iguais pra você ganhar o prêmio. Pena que na vida, assim como nesses jogos, sai tudo desencontrado. E cada fileira não tem nada a ver com as outras duas, parece que ela está ali pelo simples desleixo daquele maldito aleatório. Ou então só faltou uma maçãzinha pra você tirar a trinca e levar o prêmio. Mas aí a gente tem que se contentar em ter só uma ou duas, e infelizmente acreditar que não temos nada de especial. Aí você busca no fundo aquele otimismo e tenta entender o lado bom de ter jogado naquele absurdo impossível e ainda por cima ter perdido. E quando você então acaba perdido, logo se arrepende de ter gastado ali algumas de suas fichas. O vício tenta fazer-te jogar de novo, mas você tem medo de ser de novo um fracassado. E carrega aquele fracasso vida afora desencontrando a razão de tudo aquilo. Até que um dia algum garotinho ou garotinha que muito te ama te dê a terceira maçãzinha embrulhada numa fita, ou que talvez você encontre duas num rosto sob um véu branco, e de tão feliz nesse dia nem repare que as alcançou. Bem, uma das maçãs mais famosas da história caiu um dia de uma árvore e consagrou um cara. É porque deve mesmo valer a pena tentar encontrá-la.

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