Passatempo

Eu recordo. Eu recreio. Nos intervalos da minha consciência, pelo fino das frestas entre as festas quietas da minha vida. Só não sentia. As fendas eram só frestas no chão, não existia o profundo. Agora dá pra ver direitinho, por baixo. Alpinismo de pensamentos, de existência. Uma parede que machuca mas que te faz flutuar. Ou então cai e fica. FICA! E fixa. E pizza. E pisca. E fisga. E larga. E amarga. E a carga que pesa continua, apesar. Tudo nas costas. Sem encostas. Sem crostas. Só alma. Só lama. Só mal. Bem, que passe. Não pulse. Mais. Fantasiam que não há azia nisso. Pena. Tempo não é tudo, coitados. Talvez ele se chamasse tortura, mas acharam que não era muito sonoro, poderia prejudicar as vendas. Aí veio “tempo”! E a gente sempre aposta nele. Mas esquece disso depois. O maldito já levou nossa memória e ainda ganha os créditos por isso. Pra mim, covarde. Apaga minhas tardes em vez de fazer a vida deixar de arder... 

Hoje já vendem isso em doses, engradados e barris. Só fingem que é outra coisa.

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