Dona

No esconde-esconde com a felicidade eu sempre perco a conta das vezes que ela nem conta e vem me achar antes que eu já tenha me escondido. Vem, felicidade, meu esconderijo eu desfaço fácil. Difícil é te procurar na caixinha de músicas e não te ver dançando. Exala seu sim a mim e exila esse sol do meio-dia. Que a vida quer andar, girar. Virar desamores perfeitos roteiros de ficção amadora insensata ilusão. Nada: a nata dos impensamentos meus, quando a minha metafísica é estudar a felicidade clássica. Aula prática. E as intempéries das minhas dúvidas questionam quem sou, provocam e não chegam a conclusão alguma. Mas alguma coisa boa deve haver em tudo isso. Sabes tu disso. Quando sorri, sorrimos. Quando chora, consolo. Quando eu sumo, você acha um atalho e me acha os retalhos e me junta em você. Sem nem merecer, eu poderia rimar. Mas pra você eu sempre mereço. Por você eu tento parecer que tudo merece um pouquinho de ti. E acredito nisso há tanto tempo que não tem como não ser, como des-ser, como descer desse abraço. Só sobra crescer nesse amor, prover esse desembaraço de tristezas com outro abraço seu. Provar pela milésima vez que tem um coração do tamanho do nosso, e do tamanho do mundo, que cabe o meu também. Cabem orações vidas três inteiras filhos que amam você. Podia ser sobre felicidade, ou sobre a mamãe. Mas o manto de tudo-que-há-de-bom é o mesmo, e sob esse carinho todo sei que são mesmo a mesma coisa.

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