Isso é um continue.

Isso é um continue. Um prossiga. Prossiga com o que sente aí... e continuo sem saber por onde continuar. Continuo sem continuidade. Vaidade.
Nem sempre seguir sem rumo é sinônimo de liberdade. Quando me falta o rumo, me sobram incertezas, as quais me subtraem a leveza nessa divisão entre o sim e o não. E aí, acabo ficando pelo caminho. Fico pelo que não completei, vagando pelas hipóteses deixadas. Rumando sem rumo fui obrigada a fazer escolhas. E escolha é exclusão. Gostaria de ter feito acolhas, e acolher a todos os atalhos desse caminho sem rumo. Mas não pude, fiquei com os retalhos. No atalho até aqui retalhei todo o resto e segui com os pedaços. Mas segui, afinal, isso é um continue. E continuo com o que vou escolhendo, independente do que esperam que escolha.  O que te parece bom, a mim não o é. E já que escolher é excluir, excluo o que não se parece com opção, e sim imposição. O que se impõe me opõe. Continuo por opção, já que as escolhas se impõem de qualquer maneira. De novo escolhendo; escolhendo a que devo continuar.  Alguém de mim ficará de fora – para esse alguém minha continuidade será interrupção. Mas vale, pois o que seria continuar se não interromper? Interromper o que te impede de seguir adiante. Ou seguir de volta, que seja. Reencontrar é também avanço. Por isso, busco reencontrar a parte a partir da qual deva continuar. Queria poder levar todas as partes como um todo em mim, mas algumas delas me prendem e impedem o movimento. Talvez eu queira me prender a elas, mas não deva, afinal, isso é um continue, um prossiga. E nesse retrocesso busco o avanço entre o que deixo e o que levo; entre o que prende e o que motiva o movimento, entre o que levo e o que deixo. Sim, você. Você está nas duas pontas: no começo e no fim. A continuidade e o retrocesso, motivando minha ida e minha volta.  E nessas idas e vindas sem volta nem rumo continuo remando, rumando por não sei onde pra chegar a não sei qual lugar. Só sei que você deve estar lá me esperando, afinal, isso é um continue e nele você é quem motiva o movimento. Então prossigo, com um pouco do que levei de você e te deixo a continuar com o que deixei de mim. Em caminhos opostos ou opostos cruzados, continuemos.  Continuo sem saber por onde continuar, mas continuarei até encontrar. E se no fim desses atalhos você não estiver lá, entenderei, au revoir!

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