Artesanal

Como um amor artesanal, eu moldava cada sorriso para que lhe fosse, ao menos, palatável e te fizesse sorrir também. E a cada vez que sorria, eu rezava pra não parar nunca mais.

E eu coloria com elogios disfarçados os vales do silêncio entre as coisas bonitas que a gente se dizia. Escrevia conversas breves só pra não te deixar sumir. Pra mim, era proteger a felicidade, abraçá-la e não largar mais. Todo dia dava pra ver seus sorrisos por escrito, por silêncio, por lembrança, por vontade, por favor.

Um dia para o outro, e era bom você estar por perto. E aos poucos vai dando gosto te escolher nessas palavras, te conversar nesses meios pedaços de poesias. Elas parecem que se divertem estando juntas. Uma convida a outra para dançar, e juntas vão me fazendo bem - como me fazes. Feitas à mão, iguais aos projetos de sorriso que te faço pra cativar alguns minutos. E enquanto funciona, vai ficando guardada aqui, cada retrato doce da sua doce presença.

Só que sábia atriz é minha memória. Atua beleza que hoje recordo sem saber se há. Se bem que te sinto – e isso, no fundo, no fundo, não dá pra ser mentira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário