Horizonte.

Confesso ser-me difícil encontrar definição para a palavra até então vivida em outra língua. Ausente de meu vocabulário, distante de letrar meus caminhos. Hoje a repito com frequência e ela, escreve por onde devo seguir.  Derruba suas letras por onde passa, deixando indícios do que busca significar. Talvez sejam Asas. Asas que me decolam, que me descolam de onde não devo permanecer. Asas que degolam minha vontade de ficar. Asas que me movem, guiadas por onde os ventos dizem que devo viajar. Voam, abençoam o maldito desejo de estagnar. Me levam por onde os ventos desejam soprar e, assim, sopram caminhos que me guiam ao que a nuvem seguinte me impede de ver. Nessas Asas vou. Voo. Voo por onde a sombra de asas alheias me faz querer ir. Seu bater de asas causam o vento que sopra meu destino. As asas que me fazem partir e me indicam a hora do pouso. O momento exato de pousar no amar. Pousar a mar. Velejando pelo que derrubei enquanto voava.  Em repouso ouso olhar para baixo. Abaixo, no azul mar que ama o reflexo das nuvens existentes em mim. Minha própria turbulência. O que sinto quanto te percebo em ausência. Balança. Descansa em mim o desejo de voltar. A mar. Amando o caminho de volta. Mas, a palavra, essa continua alada, ao lado da determinação. Terminação verbal não exata do sujeito meu. Mas sigo em voo. Hoje, voo longe pelo Horizonte chamado Belo. E várias outras asas me mantém no caminho quando acredito não ser possível permanecer no ar. Chorar. Chorar o distante que voa em direção ao passado. Chorar a alegria por realizar o voo sonhado. O distante castelo que hoje, chamo-o Belo.

Um comentário: