Garimpo

Paro às vezes pra pensar no que eu reclamo. Como querer de ti amor, se nem o menor carinho sei dar? Porque chorar por quando deixa de me sorrir, em vez de me contentar com os outros sorrisos que me deste? Eu cria antes numa só felicidade, maior que todo momento chato que incomoda a gente. Mas ando achando que ela é feita mesmo de pedaços, ou pelo menos parece mais fácil entendê-la assim, procurá-la assim. Porque os instantes tristes costumam me confundir e exigir que muitos sorrisos o compensem. Mas aí fico esperando um mar de rosas e surpresas boas e risadas e amores - e eles não vêm. Vou me tornar então garimpeiro de alegrias. Catando sorrisos dourados e olhinhos preciosos, mesmo que não sejam esmeraldas ou águas-marinhas - quero apenas que brilhem. E os seus são muito assim. É simples, é pouco, é nada. E me faz bem. Estranho. Acho que Deus fez a gente assim pra sentir isso mesmo, ao menor sinal de companhia. E nesse mundo que eu não entendo, isso pra mim basta. Já que não nos veio nenhum manual do que estamos fazendo nessa vida, acho que essa sensação boa - de quando dá vontade de sorrir e te abraçar - é sinal de que devo estar no caminho certo.

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