Jeito bobo de tentar ser. De bobo querer gostar, querer ser gostado, te viver bem juntinho, sorrir sempre dois, chorar qualquer lágrima sua pra não te encharcar os olhos. E nisso, cabeça para, renuncia, reflete, aflita. Tem hora que a gente sonha com a vida, vida vai e des-sonha. Faz rezar pelos melhores acasos, os melhores silêncios, os melhores encontros desencontros pedaços de minutos juntos em olhares-carinhos. Recusar o racionamento de coração. O poupar sentimento, o economizar angústia. Angústia, angústia, aquela alergia por dentro, lugar-nenhum e todo-canto - incomoda, engasga, puxa, tosse, amarra, segura, sufoca! Mas se sua, refresca, que o depois contigo é recompensa. Torna difícil me dosar os goles de felicidade, a água da torneira dos sorrisos custou a chegar. Veio gotejando, fez-se constante, tornou a soluçar. Mas quando parece que é fim, quando parece que é vão, vêm gotas verdes, não sei se castanhas, suspirar sua persuasão fácil sobre esperança. E inquieta assim minha agonia ateia, meu mero vazio da sua certeza – mas passou. Ela proscreve ante você aqui, prescreve você antes e depois e agora e aqui, você que me aquieta, desagonia. Suspira, pois, e flutua leve, leve, leve, leva daqui o que não és e tudo o que não sou. O resto todo é longe. E, distância, agora, já não te quero nenhuma.
lindo!
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